que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão. - Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)
Quero solidão.
Cecília Meireles
“Por que é triste o olhar do verdadeiro viajante? Como ninguém ele sabe que o mundo começou sem ele e se acabará sem o homem. Percebe que todos os mitos, estilos e linguagem são construções de sentido, sempre à beira do vazio. Sente que a sua viagem não terá propriamente um retorno, sua exploração ficará sempre inconclusa.
ResponderExcluir“No entanto, entre a solidão que reproduz a máquina de uma cultura herdada e a tristeza desse caos caleidoscópico do mundo que se deixa entrever, prefere a segunda condição, a de navegante solitário, fiel apenas a sua própria narrativa, senhor de suas histórias e paisagens, aquém de todo pensamento e além de toda sociedade...”
(Claude Levi-strauss, em Tristes Trópicos.)
EU TAMBÉM NÃO SOU UM LIVROOOOOOOOOO!