sábado, 3 de março de 2012

Erico Caldeira



À ESPERA DO AMADO DESCONHECIDO – Rabindranath Tagore 

Quem é esta mulher, 
a sempre triste, 
que vive no meu coração? 
Quis conquistá-la mas não consegui. 

Adornei-a com grinaldas 
e cantei em seu louvor... 
Por um momento 
bailou o sorriso no seu rosto, 
mas logo se desvaneceu. 

E disse-me cheia de pena: 
— A minha alegria não está em ti. 

Comprei-lhe argolas preciosas, 
abanei-a 
com leques recamados de diamantes, 
deitei-a em cama de oiro ... 
Bateu as pálpebras 
como um relâmpago de alegria 
que logo se apagou. 

E disse-me cheia de pena: 
— Não está nessas coisas a minha alegria. 

Sentei-a num carro de triunfo, 
e passeei-a por toda a terra. 
Milhares de corações conquistados 
caíram humildes a seus pés, 
e as aclamações reboaram pelo céu... 
Durante um momento 
brilhou o orgulho nos seus olhos, 
mas logo se desfez em lágrimas. 

E disse cheia de pena: 
— Não está na vitória a minha alegria.. 

Perguntei-lhe: 
— Que queres então? 
Respondeu-me: 
— Espero alguém 
que não sei como se chama. 
Depois calou-se. 

E passa os dias a dizer cheia de pena: 
— Quando virá o amado desconhecido? 
Quando o conhecerei para sempre

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