Amar exige esforço, tanto para
agir, quanto para calar...
Compreender que por vezes a
melhor forma de demonstrar amor é simplesmente, não se fazer presente, se torna
uma das realidades mais complexas, contraditória e dolorosa para o amante.
O amante na sua ânsia de provar o
quanto ama a outra pessoa cria inúmeras formas e maneiras inteligíveis de
demonstrar, de materializar o sentimento; e, para o amante perceber que dado
momento já não compete a ele dizer e fazer nada, nada além de sumir,
desaparecer, como se nunca, nada, tivesse acontecido é a prova mais difícil, e
no em tanto, talvez a mais bela das provas de amor... Matar, ceifar no peito e
na alma a vontade de amar em prol do desejo do ente amado que já não deseja
mais provas de amor e sim, apenas a ausência daquilo que foi um dia, deixar de
lado o desejo egoísta de fazer a sua vontade para que a vontade do outro se
concretize... Exige do amante não somente, a decisão de não mais o fazer, como
também a certeza de que, por mais que seu coração se parta, ele esta fazendo a
coisa certa... Ele esta se retirando do campo de batalha antes de perder a
guerra, não porque é fraco, e sim porque já não há mais pelo que lutar. Seu
objetivo, sua razão para a qual ele empunhava suas armas de amor já o pedira e
demonstrara claramente a ânsia de abandonar o campo de batalha no auge da
campanha...
Inicia-se a pior das batalhas
para o amante, inicia o duelo interior, onde defronta-se o coração e a razão do
ser.
O coração, teimoso e corajoso,
deseja permanecer empunhando suas armas, enquanto a razão, serena, o pede para
abandonar, simplesmente, porque é a vontade de seu amor que já não haja mais
batalhas, intensifica-se na alma do amante, uma batalha de mil dias... Dias
estes que somente a razão por si só muitas vezes não é suficiente para vencer a
emoção, ambas se misturam num misto de amor e ódio para definir qual passo
dar... Porém, em tudo, na alma do amante sempre haverá a triste certeza de que,
na batalha do amor, nunca houve vencedor, nunca houve derrotado, e desta forma
todos saíram perdendo...
O ato de amar em essência
contradiz tudo o que se diz de amor, e por isso nesta lógica, ilógica da vida,
seja o AMOR a grande busca do ser, o amor, é o completo e o vazio do ser, é a
alegria e a total tristeza em um único instante. Seja como for, não está no
amor o ato de ser racional, inteligível ou explicável, esta no AMOR o ato de
desordenar a ordem vigente da sociedade e do ser. Desde os primórdios do
surgimento do homem existe a batalha do amor e a inútil tentativa do homem de
defini-lo e racionalizá-lo...
E pensando bem, nesta total
incoerência do ser, tanto o coração quanto a razão chegam a uma conclusão em
conjunto: “QUE BOM QUE O AMOR NOS FAZ ISSO, NOS TIRA O PRUMO,
QUE BOM QUE O AMOR NÃO SE LIMITA AS NOSSAS DEFINIÇÕES HUMANAS INTELIGIVEIS E
NOS FAZ BEM E MAL, ENFIM, QUE BOM QUE O AMOR NOS DÁ O BENEFICIO DA INCERTEZA E
DA CONTRADIÇÃO” pois com isto, o amor nos ensina que o amanhã pode ser
completamente diferente do hoje, que por si só, já é uma nova perspectiva do
que foi ontem.
(Murilo Brasil)
Caraca, sem dúvida o Murilo anda apelando e muito nesses dias. Sensacional!
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